O segundo câncer mais comum entre os homens no Brasil, se desenvolve na próstata, glândula masculina localizada abaixo da bexiga, responsável por parte do sêmen. É considerado um tumor da terceira idade, que normalmente, se desenvolve lentamente. Os primeiros sintomas são: dores na lombar, na bacia e joelhos, problemas na ereção e sangramento pela uretra.
É de extrema importância que ao notar os primeiros sintomas, procure um médico.
O QUE É?
A próstata é uma pequena glândula em forma de noz que produz o líquido seminal que nutre e transporta o esperma. O câncer de próstata é um dos tipos mais comuns de câncer em homens. O câncer de próstata geralmente cresce lentamente e permanece inicialmente confinado à próstata, sem causar danos graves. Enquanto alguns tipos de câncer de próstata crescem lentamente e podem necessitar de tratamento mínimo ou apenas acompanhamento, outros tipos podem ser agressivos e se espalhar rapidamente. O câncer de próstata que é detectado precocemente, ou seja, quando ele ainda está confinado à próstata, tem maiores chances de cura e de sucesso do tratamento.
SINTOMAS
O câncer de próstata normalmente não causam sinais ou sintomas em seus estágios iniciais. Câncer de próstata em estágios mais avançadas podem provocar alguns sinais e sintomas, tais como: - Dificuldade para urinar - Diminuição da força no fluxo de urina - Sangue no sêmen - Desconforto na região pélvica - Dor óssea É importante salientar que muitos destes sintomas urinários também são encontrados em pacientes com doenças benignas da próstata, como a hiperplasia prostática benigna. Portanto, caso esteja com algum destes sintomas, procure o urologista para maiores esclarecimentos.
Fatores de risco
Fatores que podem aumentar o risco de câncer de próstata: Idade - O risco de câncer de próstata aumenta com a idade, e menos de 2% dos tumores de próstata são diagnosticados em pessoas com menos de 50 anos. Raça negra - Os homens negros têm um risco maior de desenvolver câncer de próstata do que os homens de outras raças. Em homens de raça negra, o câncer de próstata também pode ser mais agressivo ou diagnosticado em estágios mais avançados. Ainda não está claro por que isso acontece. História familiar de câncer de próstata - Se os homens de sua família tiveram câncer de próstata, seu risco para este tipo de câncer pode aumentar. Uma pessoa que possui um parente de primeiro grau com câncer de próstata, seu risco aumenta em pelo menos duas vezes. Caso possua pelo menos dois parentes de primeiro grau com a doença, o risco aumenta de 5 a 11 vezes. Obesidade - Homens obesos com diagnóstico de câncer de próstata possuem maior risco de desenvolver câncer de próstata mais agressivo. Alguns fatores podem explicar esse processo, como o desbalanço dos hormônios sexuais masculinos induzido pela obesidade ou por mecanismos epigenéticos.
Diagnóstico
O câncer de próstata pode ser detectado ainda em estágios iniciais, através de um exame de sangue e exame físico digital do reto: Exame retal digital - O médico realiza um exame digital através do ânus para examinar sua próstata, que é adjacente ao reto. Se o médico encontra quaisquer anormalidades na textura, forma ou tamanho da glândula, podem ser necessário mais testes. Antígeno prostático específico (PSA) - Uma amostra de sangue é colhido de uma veia do seu braço e analisada para dosagem do PSA, uma substância que é produzida naturalmente pela glândula da próstata. É normal que circule uma pequena quantidade de PSA em sua corrente sanguínea. No entanto, se um nível mais elevado do que o normal é encontrado, pode ser uma indicação de infecção da próstata, inflamação, crescimento benigno da próstata (HPB) ou câncer. O teste de PSA combinado com o exame digital do reto ajuda a identificar tumores de próstata em seus estágios iniciais, mas alguns estudos têm discordado se esses testes reduzirem efetivamente o risco de morrer de câncer de próstata. Por essa razão, todos os pacientes que desejam realizar o rastreio para esse tipo de câncer devem conversar com um urologista para entender os benefícios e os malefícios de realizar essa investigação rotineiramente. Se for detectada alguma anomalia no exame digital do reto ou no PSA, seu médico pode recomendar uma biópsia da próstata, realizada com uma agulha fina que se insere na próstata para coletar amostras de tecido, guiada por ultrassonografia. A amostra de tecido é analisada num laboratório para determinar se as células cancerosas estão presentes.
Avaliando se o câncer de próstata é agressivo.
Quando uma biópsia confirma a presença de câncer, o próximo passo é determinar o grau de agressividade das células tumorais. No laboratório, um médico patologista examina uma amostra do seu tumor para determinar a quantidade de células tumorais que diferem das células saudáveis. Um grau mais elevado indica um câncer potencialmente mais agressivo, ou seja, com maior probabilidade de se espalhar para fora da próstata. A escala normalmente utilizada para avaliar o grau de agressividade do câncer de próstata é chamada classificação de Gleason. Pontuação combina dois números e pode variar de 6 (pouco agressivo) a 10.
Determinar o quão longe a doença se espalhou.
Uma vez que um diagnóstico de câncer de próstata tenha sido feito, o médico tenta determinar a extensão da doença. Se o seu médico suspeitar que seu câncer pode ter se espalhado para além de sua próstata, exames de imagem, tais como estes podem ser recomendados: - Cintilografia Óssea - Ressonância Magnética de pelve (convencional ou multiparamétrica) - Tomografia por emissão de pósitrons (PET-TC) A maioria dos pacientes não precisam realizar todos os testes. O seu urologista irá ajudar a determinar quais testes são os mais indicados para seu caso individual.
Tratamento
As opções de tratamento para o câncer de próstata dependem de vários fatores, tais como a velocidade de crescimento do câncer, o quanto ele se espalhou, sua saúde geral, bem como os benefícios e os possíveis efeitos colaterais do tratamento. Para os homens diagnosticados com câncer de próstata em estágio muito inicial, o tratamento pode não ser necessário imediatamente. Em vez disso, os médicos podem recomendar acompanhamento e realização de exames de PSA e novas biópsias de próstata periodicamente, para avaliar se o tumor está evoluindo. Esse modelo de abordagem se chama “vigilância ativa”. Nem todos os tipos de câncer de próstata requerem tratamento ativo, e nem todos têm risco de vida. Se você for diagnosticado em uma fase ainda precoce do câncer de próstata, o médico pode recomendar a "vigilância ativa". A vigilância ativa é um tipo de acompanhamento rigoroso para os homens com câncer de próstata. Este acompanhamento geralmente envolve testes regulares Antígeno Prostático Específico (PSA), exame de toque retal e possíveis biópsias da próstata. Se estes testes periódicos mostrarem que o câncer está progredindo, você e seu médico podem começar a discutir outras formas de tratamento. O objetivo da vigilância ativa é permitir que os homens mantenham a sua qualidade de vida no câncer de próstata de crescimento lento ou inativo, e permite eleger com tranquilidade o tratamento mais adequado para quando a doença se tornar mais agressiva ou começar a se desenvolver. Vigilância ativa pode ser uma opção adequada quando não se espera que o câncer cresça a um ritmo acelerado. A vigilância também pode ser considerada para os homens mais velhos ou que têm outros problemas graves de saúde, que podem dificultar o tratamento do câncer imediatamente. O risco da vigilância ativa é que o câncer pode crescer e se espalhar para outras partes do corpo entre as consultas, tornando-o mais difícil de tratar. Nem todos os tipos de câncer de próstata requerem tratamento ativo, e nem todos eles têm risco de vida. A decisão de proceder com a vigilância ativa deve ser muito discutida com o seu urologista, para determinar se o tratamento é mesmo necessário, ou se a vigilância pode ser uma opção.
CIRURGIA
A cirurgia para câncer de próstata envolve a remoção da glândula prostática, tecido circundante e alguns gânglios linfáticos. A próstata inteira deve ser removida para ter certeza de que as células cancerosas não serão deixadas para trás. Este procedimento é chamado de prostatectomia radical. Quando é a cirurgia o melhor tratamento? A decisão de fazer a cirurgia pode ser difícil. Converse com seu médico e com sua família para entender o que é o melhor tratamento para você. É importante ter em conta o seguinte: • O estágio e o grau do Câncer. A cirurgia é talvez a melhor opção para as fases T1 ou T2 do câncer de próstata (câncer confinado à próstata) e, por vezes, o câncer na fase T3 (câncer que se espalhou além da próstata), quando analisamos a capacidade do tratamento em controlar a doença. • Sua saúde geral e sua idade. A cirurgia é oferecida aos homens saudáveis o suficiente para lidar com uma grande operação e com expectativa de vida de 10 anos ou mais. • Seus desejos pessoais. Alguns homens querem ter o seu câncer completamente removido. Outros se preocupam sobre como efeitos colaterais de seu tratamento podem afetar sua qualidade de vida. Quais são as minhas chances de cura com a cirurgia? Se o câncer estiver confinado à próstata, a possibilidade de cura apenas com a cirurgia, em 10 anos, é mais que 90 por cento. Quais são os efeitos colaterais da cirurgia? Quão sério os efeitos colaterais podem ser, está ligado a: sua idade, sua saúde e o tipo de cirurgia que você selecionar. Mas você pode lidar com: • Problemas de ereção (impotência ou disfunção erétil). Ereções são recuperadas ao longo de 24 meses ou mais e se tornam, para alguns homens, menos rígidas e duráveis. Se os problemas persistirem, medicamentos e dispositivos podem ajudar. Seu médico também pode prescrever medicamentos e dispositivos durante a recuperação para ajudar a trazer de volta a função erétil. • Incontinência urinária. Problemas para controlar sua urina são, muitas vezes, temporários, mas podem durar de 6 a 12 meses. Também é possível desenvolver obstrução do fluxo de urina. A fisioterapia pode melhorar o controle da bexiga na grande maioria dos casos. • Alterações no formato do pénis. Há um risco de desenvolver uma curva no pênis ou uma ligeira redução do comprimento de seu pênis. • Sangramento. Pode ser necessária uma transfusão de sangue em uma pequena parte dos pacientes, durante ou logo após a cirurgia. • Coágulos Sanguíneos nas pernas ou veias pélvicas. Isto ocorre de uma forma muito pequena em alguns grupos de pacientes de risco. • Alterações no orgasmo. Você pode achar que há muito pouca (se houver) ejaculação após a cirurgia, e os orgasmos podem ser menos intensos. A intensidade do orgasmo pode aumentar ao longo do tempo. • Infertilidade. Após a cirurgia, você não poderá mais conceber um filho através de relações sexuais. Se esta é uma preocupação, converse com seu médico sobre outras opções, como a inseminação artificial.
RADIOTERAPIA
A radioterapia utiliza raios de alta energia para matar células tumorais da próstata. O tratamento de radiação é feito externamente (fora do corpo) ou internamente (dentro do corpo - braquiterapia). O tipo de tratamento depende do tipo de câncer de próstata, saúde geral, estágio e grau do câncer, expectativa de vida e escolha pessoal. A RADIOTERAPIA É UMA BOA ESCOLHA PARA MIM?
A radioterapia pode ser uma boa escolha para: • Os homens cujo câncer de próstata está localizado apenas em sua próstata. • Homens cujo câncer de próstata atinge também órgãos e tecidos perto da próstata e que estão usando a terapia hormonal. • Homens cujo câncer de próstata retornou (após o tratamento cirúrgico, por exemplo). • Homens com câncer de próstata avançado, para reduzir os sintomas causados pelo seu tumor. QUE É TERAPIA POR RADIAÇÃO DE FEIXE EXTERNO? A radioterapia externa envia feixes de radiação para a próstata através de um aparelho que atua fora do corpo do paciente. Antes do primeiro tratamento, a equipe médica irá captar imagens detalhadas de sua próstata. Isso irá ajudá-lo a saber o quanto de radiação será necessária e onde segmentá-la. Sua equipe médica irá trabalhar para limitar a radiação aos órgãos e tecidos não afetados pelo câncer. Isto também ajuda a reduzir os efeitos colaterais comuns, como problemas de intestino e bexiga e disfunção sexual. Máquinas de radioterapia mais modernas conseguem concentrar melhor o feixe deradiação na área afetada pelo tumor, minimizando a radiação em órgãos próximos ao tumor e diminuindo os efeitos colaterais. O benefício da radioterapia é que não exige qualquer cirurgia ou anestesia. Cada tratamento de radiação dura apenas alguns minutos. Ele é feito uma vez por dia, cinco dias por semana, durante sete a oito semanas. No entanto, os efeitos colaterais só costumam aparecer após alguns meses de tratamento.
BRAQUITERAPIA
A radioterapia interna é também conhecida como braquiterapia. Com a braquiterapia, o material radioativo é colocado dentro da próstata através de “sementes” radioativas, utilizando agulhas ou um cateter. Existem dois tipos: Braquiterapia de baixa taxa de dose (LDR) e braquiterapia taxa de dose elevada (HDR). Na braquiterapia LDR, um médico usa uma agulha para inserir "sementes" radioativas do tamanho de um grão de arroz na próstata. Estas sementes enviam radiação, matando as células cancerígenas da próstata e das proximidades. No método LDR as sementes são deixadas na próstata, mesmo quando o tratamento termina. Na braquiterapia HDR, o seu médico irá inserir radiação para a próstata através de um cateter. Este cateter pode permanecer em seu corpo até que o tratamento esteja completo. Mas a fonte de radiação só é inserida em sua próstata temporariamente. Uma vez que seu tratamento seja concluído, todo o material radioativo é removido. Uma pequena cirurgia e anestesia são necessárias tanto para braquiterapia LDR e HDR. Além disso, alguns homens podem precisar ficar no hospital durante a noite para completar seu tratamento. O efeito colateral mais comum da braquiterapia é o sangue na urina após o tratamento, que deve durar apenas algumas semanas. Um efeito colateral da braquiterapia LDR é que as sementes podem continuar a emitir radiação após a cirurgia. Homens que fazem braquiterapia podem ter problemas intestinais e na bexiga. Outros problemas como incontinência urinária também podem ocorrer, mas em pequena parte dos pacientes. Alguns homens apresentam também problemas de disfunção sexual, que podem ocorrer algumas semanas ou meses após o tratamento. Escolher o tratamento certo para o câncer de próstata é também uma decisão pessoal. Você deve tomar a sua decisão com a ajuda e o apoio de seu médico e da sua família. Não existe a opção perfeita e comum para todos.
TRATAMENTO HORMONAL
As células do tumor de próstata contam com o hormônio masculino, testosterona, para crescer. A terapia hormonal para o câncer de próstata é um tipo de tratamento usado para reduzir o nível de testosterona dos homens para níveis muito baixos. A terapia hormonal reduz os sintomas e impede o crescimento acelerado do tumor. A redução da produção de testosterona pode ser feita via cirurgia ou através da utilização de medicamentos. • Cirurgia: Os níveis de testosterona podem ser reduzidos através da remoção dos testículos, um processo chamado de orquiectomia. • Medicação para reduzir a produção de testosterona: A injeção de medicamentos chamados luteinizantes (agonistas de LH-RH), que suprimem a produção natural de testosterona pelo corpo. • Uma opção adicional que bloqueia os efeitos dos hormônios masculinos: Nesta opção de tratamento, uma orquiectomia ou tratamento de LH-RH é combinado com medicamentos conhecidos como fármacos antiandrógenos - que bloqueiam os efeitos da testosterona nos receptores celulares. Esta combinação acrescenta um bloqueio adicional aos efeitos do hormônio masculino sobre o crescimento de células tumorais da próstata. Para os homens cujo câncer de próstata está em etapa mais avançada e já se espalhou para outras partes do corpo, a terapia hormonal pode ajudar a retardar a propagação do câncer. Os efeitos colaterais podem incluir náuseas e vômitos, calafrios, anemia, cansaço, osteoporose, seios inchados e sensíveis (ginecomastia) e disfunção erétil. A terapia hormonal também tem sido associada, em alguns estudos, a doenças do coração, bem como potenciais riscos de desenvolver diabetes. Se o câncer se mostrar resistente aos tratamentos hormonais, você e seu médico podem discutir o tratamento através da quimioterapia, que consiste no uso de drogas individuais ou uma combinação de vários medicamentos destinados a matar as células tumorais. O tratamento nessa fase deve ser com uma equipe multidisciplinar, contando com o urologista, oncologista clínico, enfermeiro, nutricionista e psicólogo.
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