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INFECÇÃO URINÁRIA EM PACIENTE IDOSO

Alguns cuidados e orientações podem ser dispensados aos pacientes idosos e acamados que apresentam infecção urinária de repetição, dentre as quais:


• Orientar o paciente a beber bastante líquido (média de 2 litros por dia), caso não haja nenhuma contraindicação;
• Instruir o paciente a evitar reter a urina, urinando sempre que tiver vontade;
• Procurar manter o paciente sempre com uma higiene pessoal adequada.
• Caso esteja fazendo uso de frauda o ideal é que não fique muito tempo sem realizar a troca da mesma.
• Lavar a região perianal após as evacuações, caso não seja possível fazer limpeza adequadamente.
• Evitar o uso indiscriminado de antibióticos, sem indicação médica.
• Evitar o uso de absorventes internos caso as pacientes ainda estejam menstruando;
• O banho, sempre que possível, deve ser dado no chuveiro.
• Ter cuidado com técnicas de sondagem, caso seja necessário sondar paciente.
• Manter controle de doenças como diabetes pode ajudar no controle de ITU de repetição.

 

 

Infecção do trato urinário, sintomática ou assintomática (bacteriana), é a infecção mais frequente, independentemente do sexo, acometendo aproximadamente 20% das mulheres e 10% dos homens idosos. Esta prevalência praticamente duplica após os 80 anos, podendo alcançar cerca de 50% das pessoas idosas debilitadas ou hospitalizadas.


Fatores de risco para ITU incluem cateteres urinários, hipertrofia prostática benigna e prostatite em homens, vaginite atrófica, enfraquecimento do assoalho pélvico e deficiência de estrogênio em mulheres, diabetes, bexiga neurogênica, demência, imobilidade, imunodeficiência relacionada à idade, desidratação, comprometimento funcional e contaminação fecal.


A pessoa que está com ITU pode apresentar os seguintes sintomas: disúria com ardência e queimação; urgência para urinar; frequência miccional aumentada (vai várias vezes ao banheiro); urina em pequena quantidade; sensação de não esvaziamento da bexiga; febre; incontinência urinária (perda involuntária de urina); dor suprapúbica e hematúria.


A pessoa idosa pode apresentar outros sintomas que não são observados com frequência em jovens como: mal-estar indefinido; falta de apetite; fraqueza; calafrios; confusão mental (delirium).


O diagnóstico da ITU é feito pela história clínica, exame físico e por exames laboratoriais que são solicitados pelo médico, dentre eles: exame de urina, que pode demonstrar pus, sangue ou aglomerados de bactérias; urocultura, para identificar patógeno e terapia direta; exames de imagem, que algumas vezes são necessários para complementar a avaliação médica como, por exemplo, a ultra-sonografia (ecografia), a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Esses exames são bastante específicos e utilizados em poucos casos. Como as pessoas idosas podem apresentar sintomas pouco característicos, a urocultura pode ter grande importância nestes pacientes.


As bactérias que causam ITU no idoso são em geral mais resistentes que na população mais jovem, porque a maior frequência desses processos requereu repetidos ciclos de antibióticos que originaram a seleção de agentes.


Dessa forma, recomendam-se:


- A bacteriúria assintomática não deve ser tratada com antibióticos, pois existe o risco desnecessário de seleção de bactérias mais resistentes, da interação e reação alérgica às drogas, além dos custos do tratamento;
- Deve-se evitar tratamentos empíricos em idosos;
- Nas cistites não complicadas das mulheres idosas o tratamento por três dias de antibioticoterapia, em geral, é adequado. No entanto, alguns autores recomendam o tratamento mais prolongado, 7 a 10 dias, já que na população idosa os índices de recorrência são superiores;
- Já em idosos do sexo masculino com cistite, a duração do tratamento deve necessariamente ser mais longa, de 7 a 14 dias;
- Métodos eficazes na profilaxia e prevenção de infecção urinária de repetição em idosos constituem: hidratação e estímulo a micções frequentes, pesquisa e tratamento de fatores contribuintes (HBP, disfunções miccionais, entre outros), tratamento tópico com estrógeno vaginal em mulheres menopausadas e profilaxia medicamentosa com antibióticos em baixas doses por períodos de três a seis meses.


Paciente acamado que apresenta ITU de repetição em sua grande maioria irá requerer cuidados multidisciplinares (agente comunitário de saúde, enfermeira, médico, técnico em enfermagem, fisioterapeutas e outros) e nesse caso a equipe de saúde da atenção primária deve estar presente para coordenar seu cuidado de forma integrada para garantir e organizar as intervenções evitando a fragmentação da assistência

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